Onde havia regra, agora vale a esperteza
OPINIÃO
Por Alexandre Garcia

Lula e o PT prometeram desfazer tudo o que Bolsonaro havia feito. Uma das coisas boas de Bolsonaro foi a adoção de um critério muito rígido para que houvesse desconto na Previdência — dos benefícios da Previdência, da aposentadoria, das pensões. Tinha que haver a prova de que a pessoa concordou em ceder R$ 20, R$ 25, R$ 30, R$ 40, R$ 50, R$ 60 na sua folha de pagamento de aposentadoria, benefício ou pensão.
Só que a esquerda fez um movimento e realmente tirou isso. E aí, a partir de 2023, explodiu essa tapeação, esse roubo na conta dos aposentados, das viúvas. E, até agora, só está aparecendo aí o presidente do INSS, caiu o ministro, tem o careca do INSS, e falam da Dataprev — mas tem que entrar nisso. Só uma I é capaz de resolver, porque parece que o irmão do Lula, por exemplo, não está no inquérito da Polícia Federal. Então, uma I é necessária, e tem gente grande envolvida. Tem que subir um pouquinho mais, porque isso foi feito conscientemente para agradar os sindicatos beneficiados. Óbvio. Até as pedras da rua sabem disso.
Pagando pelo retrocesso
E outra coisa que foi destruída agora — estou falando só do que foi destruído agora — é o IOF, que havia sido reduzido para chegar a zero em 2028. Isso foi no governo Bolsonaro, ideia do Paulo Guedes, para se adaptar às exigências da OCDE, que é a elite mundial, a elite econômica dos países. O Brasil já se afastou dessa elite — nunca mais. Prefere ficar perto da China, e nós aqui pagando. Pagando mais imposto. Quem quiser tomar empréstimo — imagine o agro do Rio Grande do Sul, que já perdeu a paciência — fica com o empréstimo ainda mais pesado, com esse IOF na tomada de crédito.
A Previdência Complementar pega 5% de quem aportar mais de R$ 50 mil. Bom, estou falando de R$ 50 mil, não é que a pessoa ganha R$ 50 mil por mês. Não precisa. Basta transferir. Pensa bem: “Olha, não está rendendo, eu estava com isso aplicado em ações, em renda variável, não está rendendo, vou ar para um fundo de Previdência Complementar.” Aí tiro tudo — R$ 60 mil. Vou pagar 5% sobre R$ 60 mil. Quer dizer, já são R$ 3 mil.
Crime reincidente, lei conivente
Bom, uma outra questão: o governador de Minas Gerais disse que vai a El Salvador falar com o Bukele para saber como ele está fazendo essa limpeza na segurança pública, botando todos os bandidos em grandes prisões. Só que aqui no Brasil é mais difícil. Lá, El Salvador é menor. Mas eu estou falando de outra coisa — não é da polícia, não. É da lei.
Eu abro o jornal hoje, vejo em jornais: “Ah, porque a polícia isso, a polícia aquilo…” A solução não é policial. A solução é mudar a legislação: Código de Processo Penal, Lei de Execuções Penais. Tem que endurecer isso.
A gente vê aqui, em Brasília, um sujeito esfaqueou o outro em pleno quilômetro zero — como se chama o centro dos quilômetros do Brasil — a Estação Rodoviária do Plano Piloto. Esfaqueou, matou. Tinha 16 agens pela polícia, inclusive uma delas por homicídio. Como é que pode?
Essa audiência de custódia só não solta aquele que é acusado de crime político, de crime de opinião. Agora, crime com violência, crime comum, roubo, assalto, homicídio… Lá no Rio, aquele jovem que foi esfaqueado na praia no mesmo dia em que o sujeito foi solto por uma juíza de custódia. Coitadinho, foi solto. Aí matou o estudante que tinha vindo — acho que do Mato Grosso — para assistir a um show no Rio de Janeiro.
É lei. Agora, vocês vão ter que convencer o seu representante no Congresso Nacional a mudar essas leis. Porque, senão, olha: só a polícia não adianta. Tem que convencer. Porque, como a gente ouve toda hora, o crime já está em toda parte. O crime já subiu nos três Poderes.
Fonte: Gazeta do Povo / Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil