quinta-feira, maio 22, 2025
BRASIL E MUNDODESTAQUENOTÍCIAS

Liberdade de Expressão / Ave, papa Leão!

OPINIÃO

Por Alexandre Garcia

Em 1961, o vice-presidente João Goulart voou para a China e, quando voltou, o Brasil era outro. O presidente havia renunciado e ele só tomou posse em outro regime, parlamentar, ficando como chefe de Estado, enquanto havia um chefe de governo. Lula voou para Moscou e foi para a China e, quando voltar, o Brasil também será outro.

Sessenta e quatro anos depois, e a história parece se repetir em alguns aspectos. Enquanto voava, a embaixada argentina em Caracas, com a custódia da bandeira brasileira, era alvo de uma exitosa operação que retirava de lá refugiados do regime de Maduro. No Brasil, ampliava-se o escândalo da Previdência, com cada vez mais envolvidos. E aprofundavam-se o entrechoque entre Legislativo e Judiciário, mostrando uma corda esticada prestes a arrebentar.

Lula, mais por desconhecimento que por ideologia — esta privativa de Celso Amorim —, em Moscou, jungiu o Brasil ao eixo político de Putin e, em Beijing, juntou o Brasil ao eixo econômico da China. Uniu-se ao grupo antiamericano e anti-Ocidente, ao qual de fato já se havia agregado ao reconhecer, por omissão, o golpe eleitoral de Maduro e, por afinidade, as ditaduras de Cuba e da Nicarágua. Pouco antes da viagem rumo aos antiocidentais, Lula ainda mandou resgatar a corrupta primeira-dama do Peru, para que ela não revelasse o que foi feito para que a Odebrecht enchesse mochilas de dinheiro para a campanha de seu marido, Ollanta.

Supostamente, quem votou em Lula para este terceiro mandato o conhece amplamente, depois de oito anos de presidência, com mensalão e Lava Jato. Ou é alienado dos fatos ou é fiel seguidor da ideologia que Lula representa, embora ele só tenha fisiologia. Uma fidelidade dogmática, questão de fé quase religiosa. Qualquer eleitor poderia saber que se repetiria no terceiro mandato o que já havia acontecido no primeiro e no segundo. Assim como o escorpião não resiste ao próprio instinto e pica o sapo na travessia do rio, Lula também não contraria sua natureza. Além de chamados a pagar todos os gastos do Estado que não se traduzem em bons serviços públicos, os brasileiros são atraídos para o eixo Moscou-Beijing.

Esperança que vem do Vaticano

Adaptando-se a esse eixo, por aqui se tenta calar as redes sociais, última voz da origem do poder. A desesperança é tanta que se espera por salvador em Washington. Agora surge um reforço, no Vaticano. O novo Papa, na sua primeira fala num auditório, diz que jornalistas presos desafiam a consciência das nações e da comunidade internacional, e que todos estamos convocados para defender o precioso valor da liberdade de expressão. Parecia estar falando para o Brasil, mas há outras deformações no mundo que também prendem, perseguem jornalistas e tentam censurar a nova voz do povo, que são as redes sociais. Agora habemus papam que defende a liberdade de expressão. Ave, Leão XIV!

Fonte: Gazeta do Povo