sexta-feira, maio 23, 2025
BRASIL E MUNDODESTAQUENOTÍCIAS

Possível camisa vermelha da Seleção brasileira racha até a base governista no Congresso

A possibilidade de a Seleção brasileira adotar a cor vermelha na camisa reserva para a Copa do Mundo de 2026 gerou críticas não apenas da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas rachou até mesmo a base do petista.

A camisa vermelha produzida pela Nike foi ventilada pelo site alemão Footy Headlines, conhecido por antecipar com exclusividade os novos uniformes de clubes e seleções. A troca da azul do time canarinho pela vermelha movimentou as redes sociais e chegou no Congresso.

“As cores da nossa seleção não são uma ‘identidade ideológica’; elas representam o que nos distingue no mundo. […] Qualquer cor diferente do verde, amarelo, branco e azul não se justifica”, disse o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso.

Por outro lado, o correligionário deputado Rogério Correia (PT-MG) divergiu do colega e postou uma imagem produzida por inteligência artificial de Lula jogando futebol como a caminho de marcar um gol e a inscrição “Camisa vermelha da seleção?”.

A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN), seguiu o colega mineiro e publicou uma foto usando uma camisa vermelha no X, com a legenda “acho que gostei dessa história da camisa vermelha da seleção”.

Oposição critica camisa vermelha

Se a base de Lula está dividida em apoiar a camisa “pau Brasil”, como vem sendo chamada nas redes sociais – em alusão à tonalidade do interior da árvore que deu origem ao nome do país –, a oposição não demorou a criticar a medida.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) alfinetou diretamente a CBF pela possibilidade: “a quem quer homenagear”, questionou citando o PT, a China, o presidente russo Vladimir Putin e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“O Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que já está atolado em denúncias, aprovou camisa vermelha para a seleção brasileira; uma afronta ao Brasil que vê nosso futebol afundar com manipulações para jogatina e falta de ética…Já tenho pedido de I em andamento para acabar com essa festa nada republicana”, disparou.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também sinalizou uma alfinetada semelhante perguntando se “o juiz também será nosso?” “A camisa vermelha proporciona essas vantagens”, completou.

“Espero que essa notícia seja fake. Porém, destruir símbolos nacionais e desmoralizar o amor dos brasileiros por seu País, tem sido praxe ultimamente”, disparou o senador Rogério Marinho (PL-RN).

A vereadora paulista Janaína Paschoal (PP-SP) seguiu na crítica à camisa vermelha afirmando que “tirar as cores da nossa bandeira é um acinte”, citando que a segunda cor do uniforme deveria logicamente ser azul.

“Esse vermelho não tem nenhuma conexão com a pátria. É preciso investigar exatamente como essa decisão foi tomada, para avaliar responsabilidades! Considero muito grave”, pontuou.

Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que presidente o partido ao qual Janaína Paschoal é filiada, foi ainda mais incisivo e afirmou que a adoção da cor vermelha significa “colocar a seleção numa polarização que jamais deveria entrar”.

O ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro (PL), Fábio Wajngarten, perguntou se há alguma pesquisa que apure “o percentual que reprova a camisa vermelha da seleção” “quem foi o gênio” que propôs.

“Mudar a cor da camisa do Brasil, eternamente amarela, é como querer trocar as cores da nossa bandeira. Onde está o nosso senso de nacionalidade? Onde foi parar o orgulho de ser brasileiro? Um verdadeiro absurdo! Nossa bandeira jamais será vermelha”, exclamou o senador Jorge Seif (PL-SC).

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) também questionou a CBF afirmando que a entidade está “envolvida em questões no mínimo pouco republicanas”. “Por que não coloca logo uma estrela do PT na camisa vermelha? Pelo menos teríamos seis estrelas e poderíamos sair por aí dizendo que, finalmente, conquistamos o Hexa”, disparou.

Por outro lado, o deputado federal Mario Frias (PL-SP) vê a mudança de cor da camisa da Seleção como uma cortina de fumaça para tirar o foco de uma alteração da Lei Aldir Blanc que pode aumentar o volume de rees para supostamente “financiar militância, ideologia, uma máquina de propaganda para manter esse governo no poder”.

“Uma estrutura de dominação cultural comprada com o nosso dinheiro. É a velha tática: primeiro eles mudam as cores da nossa camisa, depois mudam a nossa história, depois mudam o nosso futuro”, completou.

Para o deputado Maurício Marcon (Podemos-RS), a mudança da cor da camisa também tem um cunho político, tanto que ele diz ter protocolado um projeto de lei para “vedar cor que não seja da nossa bandeira em uniformes esportivos de qualquer seleção que esteja representando o Brasil”.

Fonte: Gazeta do Povo – Por Guilherme Grandi