Eduardo Tagliaferro agora quer sigilo de Justiça
OPINIÃO
Por Alexandre Garcia

Vocês lembram do Eduardo Tagliaferro? Ele era o sujeito do “controle da verdade” nas redes sociais, no Tribunal Superior Eleitoral, para que não houvesse interferência nas eleições. Como disse uma vez a ministra Cármen Lúcia, “cala a boca já morreu”, mas esse controle do TSE era um “cala a boca”.
Era para impedir o calor de um debate numa campanha eleitoral, e foi impedido. Não podia dizer que Lula é amigo do Ortega, coisas assim, que não tinham nenhuma calúnia, mas, enfim, Tagliaferro agiu a mando do ministro Alexandre de Moraes. Depois, por uma briga doméstica, a polícia pegou o telefone dele e o que estava no telefone dele acabou aparecendo, como aquela história de um juiz que trabalhava no mesmo gabinete de Alexandre de Moraes dizer para ele, “tem que pegar a Revista Oeste”, “use a criatividade para pegar”, essas coisas.
Por causa daquele vazamento, Tagliaferro está respondendo a um processo. Acho que não tem nada a ver com isso, porque alguém tirou do telefone dele, mas enfim. Ele foi indiciado por violação do sigilo funcional com prejuízo à istração pública. Sabe o que ele fez agora? A defesa dele está pedindo que o processo todo, o inquérito, seja sigiloso, que ninguém fique sabendo.
Ele conversou com a mulher dele pelo telefone e, como foi divulgado pela Gazeta do Povo, Tagliaferro disse que estava com medo de morrer, que tinha de tomar cuidado e agora pediu sigilo. Ou seja, ele está fazendo exatamente o oposto de que é acusado. Ele é acusado de ter violado o sigilo e agora ele está pedindo sigilo. São problemas da Corte.
Escândalo no INSS
Já o Poder Executivo também está com um problema sério de corrupção na Previdência de, por enquanto, R$ 6,3 bilhões. Estavam pegando dinheiro do contracheque de 3 milhões de beneficiários de pensões ou de aposentadorias com vinculação em sindicatos etc.
O presidente do INSS já caiu, estão querendo que o Carlos Lupi dê satisfação, o ministro da Previdência, que é do PDT, que nomeou essa pessoa, Alessandro Stefanutto, que é do Partido Socialista. É todo mundo de partido. É a diferença do governo anterior que tinha técnicos, agora tem gente de partido. A diferença do governo anterior é que tinha técnicos. Agora tem gente de partido. Isso é muito sério. E agora chegou o ponto de que o sujeito é convidado político.
Ministérios
Eu já fui convidado para ser ministro, eu recusei, não sou político. Não quero essa confusão. Mas político não. O político adora ser ministro. O sujeito é eleito para ser deputado, ele trai os eleitores dele só para ser ministro. Mas o União Brasil indicou um ministro, Lula aceitou imediatamente. Lula talvez nem conheça, não é pessoa de confiança do presidente, é pessoa de confiança do partido e ele é obrigado a aceitar porque ele depende dos votos do partido.
O União Brasil, por exemplo, tem 59 votos. E aí Lula aceitou a indicação do partido imediatamente. Gleisi Hoffmann, a ministra da articulação política do governo, anunciou o nome de Pedro Lucas. E agora o Pedro Lucas Andrade Fernandes Ribeiro percebeu que seu nome é muito grande para o ministério de Lula. E disse: “não vou me desgastar, não quero”. E agora o problema é que ninguém quer no União Brasil. O governo também não quer os que am pela anistia, mas aí fica difícil, porque dos 59, 41 am a urgência para anistia. Continua vago o Ministério das Comunicações.
O União Brasil tem outros ministérios. O União Brasil é o partido do Ronaldo Caiado, que já está em campanha. Enfim, está só o Alcolumbre e o presidente do partido, Antônio Rueda, que estão insistindo nesse ministério , dizendo “temos que ter três ministérios”, Parece que um é Minas e Energia, não lembro bem qual é o outro – os ministérios ficaram tão desimportantes, alguns ministérios são importantes e os outros a gente nem sabe o nome, normalmente a gente sempre sabia, agora a gente sabe, é o nome dos 11 do Supremo, e não da seleção brasileira.
Fonte: Gazeta do Povo