quarta-feira, junho 4, 2025
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Companhia Industrial de Além Paraíba, depois Fábrica de Tecidos Dona Isabel: o sucateamento de uma empresa no centro da cidade

O primeiro grande investimento que auxiliou a alavancar o desenvolvimento industrial de Além Paraíba foi a criação da Companhia Industrial de Além Paraíba (CIAP – Fábrica de Tecidos), fundada em 09 de dezembro de 1912. Seu primeiro presidente e fundador foi Dr. Alfredo Martins Castello Branco, que tinha ainda em sua diretoria os seguintes nomes: Acácio de Lima Castello Branco, Capitão Miguel Laroca, Antônio de Lima Castello Branco, José Pagano Brundo e outros nomes notáveis da história alemparaibana, sendo seu capital inicial na ordem de 500 contos de réis, o equivalente a mais de R$ 100 milhões na moeda atual.

A empresa funcionou com a denominação CIAP até 27 de abril de 1972, ocasião em que foi incorporada ao Grupo Dona Isabel, ando a ser tratada como Companhia de Tecidos Dona Isabel pertencente ao empresário Ricardo Haddad. Suas atividades foram encerradas na década de 1990.

Vale ressaltar, à ocasião de sua criação a empresa foi instalada em um terreno pertencente à empresa ferroviária Central do Brasil que era presidida pelo engenheiro Dr. Paulo de Frontin que inclusive foi prefeito da cidade do Rio de Janeiro, quando esta era a Capital da República. Era prefeito de Além Paraíba o Capitão José Venâncio Augusto de Godoy, e este teria conseguido junto ao então presidente da Central do Brasil a cessão do terreno onde a indústria seria instalada, o que foi concedida com uma obrigatoriedade: enquanto a empresa estivesse funcionando o terreno lhe pertenceria, e caso suas atividades fossem encerradas o terreno, juntamente com todas as suas benfeitorias, seria devolvido para a municipalidade alemparaibana sem qualquer ônus para os cofres públicos municipais.

Boa parte do telhado da extinta Fábrica de Tecidos alemparaibana está literalmente ruindo. Foto: André Borges)

Infelizmente, como já citado anteriormente, já de bom tempo para cá, as atividades daquela empresa foram literalmente encerradas, com suas instalações aos poucos sendo cobertas de poeira, seu maquinário se transformando em sucata, parte do telhado desabando, etc.

Segundo informações oficiosas, um conhecido historiador alemparaibano, o professor Mauro Senra, teria levantado a documentação da instalação da empresa bem como as regras a respeito da doação do terreno onde foi instalada, a encaminhando à municipalidade e ao Poder Legislativo alemparaibano no sentido de que providências fossem tomadas, entre estas a retomada daquele patrimônio para quem de direito, no caso o povo de Além Paraíba. Infelizmente, nada foi providenciado…

Dias atrás, a apelidada “Central de Notícias Popular”, também apelidada de Rede Social, relatou que gestões de um conhecido advogado alemparaibano ligado ao empresário proprietário daquela indústria estaria fazendo contato com assessores ou possíveis assessores da atual gestão municipal no sentido de compor uma espécie de aquisição, pelo município, daquele espaço com milhares de metros quadrados instalado à margem da Rua Dr. Paulo de Frontin, o que não seria necessário, bastando ao mandatário do município tomar apenas as providências, que se acredita sejam legais, retomando o que é de direito da boa terra banhada pelo Paraíba do Sul.

Aguardemos os fatos…

Leia mais sobre o fato:

https://alemparaibahistoria.blogspot.com/2010/06/era-da-industrializacao-em-alem-paraiba.html

https://alemparaibahistoria.blogspot.com/2018/11/o-terreno-onde-foi-instalada-fabrica-de.html