QUEM SE LEMBRA DE LUNNA?
Semana ada Lunna teve que ir até a Câmara Municipal de Além Paraíba reivindicar o que lhe é devido, ou seja, o respeito!

Na semana ada, segunda-feira – 02 de outubro, a sessão ordinária da Câmara Municipal de Além Paraíba testemunhou um dos maiores, talvez o mais relevante descaso da Saúde Pública Alemparaibana contra uma criança que, mesmo com alguns membros da edilidade mostrando surpresa como tivesse tomando conhecimento naquele momento do que podemos afirmar ser um atrevimento ao bom senso coletivo, é um fato criminoso promovido pelo Poder Público constituído de nome Municipalidade.
Na reunião, a convite do vereador David da Paz, estava presente uma mãe que muitos alemparaibanos já conhecem, em especial os moradores do bairro Jardim Paraíso, de nome Amanda Ferreira Ponte, seu esposo e a pequena Lunna, sendo que a menor deveria estar recebendo total atendimento em suas necessidades – insumos (leite especial, etc.), medicamentos e sondas uretrais de uso contínuo, por determinação de uma Liminar concedida pela 2ª Vara Judicial da Comarca de Além Paraíba (Processo Judicial nº 0015.17.002685-8), no ano de 2018.
À ocasião, em confidência formal ao editor do Jornal Além Parahyba, Flávio Senra, Amanda afirmou que havia apelado insistentemente ao então prefeito eleito e seu vice, em quem confiou dando-lhe o voto. Na edição de nº 993 do Jornal Além Parahyba, de 11/04/2018, citou Amanda que “confiou nas palavras de um então candidato a prefeito, professor e diretor de escola, e seu candidato a vice-prefeito, homem da lei…”, mas infelizmente teve que recorrer à Justiça para que a municipalidade fizesse o provimento das necessidades de sua filha que vive continuamente sob cuidados especiais.
Vale ressaltar, diante a repercussão do fato na ocasião, uma campanha encabeçada pelo ALÉM PARAHYBA, alguns moradores e até mesmo pela Polícia Militar, Lunna recebeu alguma ajuda substancial em parte de suas necessidades, inclusive, através de Flávio Senra, foi até mesmo realizado um espetáculo de humor – Stand Up Comedy com a dupla juizdeforana Lair Brida e Alan Pandeló no espaço do cinema do Museu de História e Ciências Naturais, com parte da renda destinada para a menina. Com a renda do espetáculo foram adquiridas 1.000 unidades das sondas uretrais que Lunna faz uso continuamente e em Além Paraíba eram vendidas entre R$ 1,25 a R$ 2,80 cada uma nas farmácias, sendo que o editor do semanário conseguiu adquirir no município de Santo Antônio de Pádua por R$ 0,73 a unidade. Além das sondas conseguiu-se adquirir boa quantidade do leite especial que ela utiliza diariamente na sua alimentação.
Ressalta-se ainda que, por um breve espaço de tempo e diante da exigência do Poder Judiciário, a municipalidade alemparaibana ofereceu as necessidades de Lunna, à vezes faltando um ou outro insumo ou medicamento.
Mas voltemos ao encontro de Lunna, sua mãe, que estava grávida e prestes a dar a luz, e seu pai na Câmara Municipal de Além Paraíba na semana ada…
Diante da exposição do vereador David da Paz aos seus pares relativo à atual situação envolvendo Lunna e a municipalidade, leia-se Secretaria Municipal de Saúde, algo inédito nunca visto naquela Casa ocorreu quando da interpelação da vereadora Simone Rezende, presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, que solicitou da Mesa Diretora a suspensão da sessão para que os membros da referida comissão pudessem discutir o assunto específico no Plenário e tomar algumas atitudes de imediato. Após discursos inflamados, até mesmo contando com algumas lamúrias e até lágrimas, e ligações ao titular da Pasta da Saúde Municipal, Cláudio Klein, onde foi constatado que este havia sido contaminado pela Covid-19, ficou acertado que o Jurídico da Saúde Municipal iria fazer contato no sentido de tentar resolver o problema, ou seja, tentar fornecer o que é de direito e obrigação da municipalidade alemparaibana à Lunna, hoje com seis anos de idade.
Não bastasse todo sofrimento que uma mãe certamente vive quando numa situação em que Amanda vive diuturnamente, ela esteve junto a Secretaria Municipal de Saúde para questionar sobre os constantes atrasos e não fornecimento de medicamentos e insumos a que Lunna tem direito, tais como Fixador de Traqueostomia, Dexfer, Enxugante Bucal e Frasco de Nutrição. À ocasião, sem nenhuma explicação que pudesse ser apresentada já que buscava junto a pasta da Saúde o que é de dureiro de sua filha, o que foi determinado pela Justiça, Amanda acabou sofrendo constrangimentos e grosserias proferidas pelo atual vice-prefeito alemparaibano, que acabou resultando num Termo de Declaração junto ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais que foi anexado ao processo já existente.
Vale lembrar, estamos na semana em que, na próxima quinta-feira, dia 12 de outubro, é comemorado o Dia da Criança, e estamos envergonhados! Envergonhados de dizer que somos de Além Paraíba, um município onde a soberba tomou conta daqueles que prometeram agir em favor dos menos favorecidos e, ao contrário, os tratam com total indiferença! Lunna é uma das muitas crianças alemparaibanas que estão indefesas e necessitam do apoio que a municipalidade é obrigada a oferecer não para uma meia-dúzia de crianças apadrinhadas, mas para todas que sejam afortunadas ou não pela sorte!
Até quando vamos viver esse espetáculo dantesco a que muitas crianças alemparaibanas, não somente Lunna, estão sendo obrigadas a viver?