Prefeitura de Além Paraíba comete mais um crime contra Alanna Pereira Rosa
Corpo da menina que faleceu graças ao descaso, insensibilidade e irresponsabilidade do Poder Público Municipal, foi transladado sem que familiares fossem comunicados.

O dia 08 de março de 2020 está para sempre marcado como uma nódoa na história do atual governo do município de Além Paraíba. Naquela data, com apenas nove anos e seis meses de idade, a menina Alanna Pereira Rosa, filha do casal Anderson Teixeira Rosa e Aline Pereira da Cruz, deu seus últimos suspiros, dando fim a uma peregrinação incansável e sofrida graças a insensibilidade, covardia e omissão por parte da municipalidade alemparaibana.
Reveja o caso ando /2022/12/12/allana-pereira-rosa/.
Não bastasse todo esse sofrimento, no último domingo, 14 de maio, quando se comemorava o Dia das Mães, mais uma facada perfurou o coração não somente da mãe de Alanna, mas de todas as mães alemparaibanas, isto porque sem qualquer autorização, judicial ou familiar, o corpo da menina foi mais uma vez violentado com um absurdo nunca visto em toda a história do município, sendo transladado do local onde repousava pela eternidade.
Por que tamanho absurdo? Onde está a explicação para tal gesto, certamente criminoso e inaceitável, que se espera seja punido com todo o rigor não somente por quem cometeu tal ato, mas também por seus chefes, entre estes incluindo o nome de Miguel Belmiro de Souza Júnior, o Miguelzinho, prefeito do município, o real comandante de tudo o que ocorre dentre das quatro linhas do Poder Executivo Municipal.
Somente no dia seguinte ao fato os pais da menina tomaram conhecimento do ocorrido, e nenhum contato, sequer um pedido de desculpas por parte do prefeito, de seu chefe de gabinete ou do todo-poderoso procurador, chegou aos ouvidos dos familiares de Alanna, sendo que a estes somente foi relatado que o funcionário autor do ato de translado do corpo da menina alegou necessitar do espaço onde ela estava sepultada, isto porque tinha outros quatro enterros para fazer naquele dia.
Segundo informações oficiosas, a municipalidade pode arguir que o prazo para translado de um corpo é de três anos após o seu sepultamento, no caso de um adulto; e dois anos no caso de uma criança de até seis anos de idade. Mesmo que seja legal, uma pergunta fica no ar: basta ir ao local do descanso eterno e simplesmente transferir de local, sem ao menos fazer um contato com os familiares? Com que freqüência isso acontece?
Poucas são as informações que a redação do ALÉM PARAHYBA tem sobre quais a providências estão sendo tomadas pelos familiares de Alanna. Sabemos é de que uma emissora de TV de Juiz de Fora poderá se mostrar presente nesta quarta-feira (17) ou amanhã, para ouvir o relato das partes envolvidas. Ressalta-se ainda que foi emitido um Boletim de Ocorrência Policial, bem como providências de ordem jurídica estão sendo tomadas, como a promoção de mais uma ação por danos morais contra a municipalidade.
Sobre o Boletim de Ocorrência, emitido junto a Polícia Civil de Além Paraíba na segunda-feira (15), foi esclarecido que, no início do ano de 2022, a mãe de Alanna conversou com um funcionário do Cemitério Municipal de nome Nilton, solicitando deste que os restos mortais de sua filha fossem transferidos para um túmulo familiar, sendo o dito funcionário negando que tal ato fosse realizado já que o prazo para tal procedimento seria de três anos após o óbito.
Diante de tal informação, a genitora da menina ficou aguardando para novamente fazer a solicitação, o que não ocorreu. Simplesmente, sem testemunhas que comprovassem que os restos mortais seriam de sua filha, Aline Rosa recebeu um telefonema na tarde de segunda-feira, comunicando que os restos mortais de sua filha estava à sua disposição dentro de uma sacola aguardando sua chegada para ver o que seria feito. Segundo Aline, tal situação a deixou assustadíssima, sem contar a indignação pelo fato dos restos de sua filha terem sido transladados sem a presença de um familiar.

Não bastasse tamanha desfaçatez, Aline ainda informou à Polícia Civil que tem recebido ligações constantes da Secretaria Municipal de Saúde no sentido de estarem à sua disposição os medicamentos que sua filha tinha direito e foram negados quando ela ainda era viva.
Outra situação que reflete bem o descaso das autoridades do município com relação a sua população é o fato da Câmara Municipal já ter conhecimento do fato e nenhuma tomada de posição se dignou fazer até o momento.