Alexandre de Moraes manda bloquear contas de 43 suspeitos de financiar atos que afirma serem golpistas
Além do bloqueio das contas bancárias, ele determinou que os representantes dos afetados sejam ouvidos pela Polícia Federal em até 10 dias. Caminhoneiros de todo Brasil ameaçam parar por tempo indeterminado em protesto ao ato do ministro, o que pode resultar em falta de alimentos nas prateleiras dos supermercados e outros produtos de necessidade diária da população.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias de 43 pessoas físicas e empresas suspeitas de financiar os atos que contestaram o resultado da eleição presidencial.
Em decisão assinada no último sábado (12) o ministro destaca que os direitos de greve e de reunião são garantidos pela Constituição, mas que esses protestos foram criminosos ao “propagar o descumprimento e desrespeito ao resultado do pleito eleitoral […], com consequente rompimento do Estado Democrático de Direito e a instalação de um regime de exceção”.
Desde a noite da apuração das urnas, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) bloquearam trechos de rodovias para contestar o resultado, com vários manifestantes pedindo um golpe militar. Estradas foram fechadas em 25 estados e no Distrito Federal, atrasaram a chegada de mantimentos e atrapalharam até a doação de um coração.
As estradas acabaram sendo liberadas, entretanto as manifestações continuam em todo o Brasil, onde manifestantes se encontram diuturnamente diante de quartéis e outros locais públicos solicitando das forças armadas por uma intervenção federal. Moraes ressaltou que pedir por “intervenção federal” pode configurar o crime de Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito, cuja pena pode ser de quatro a oito anos de prisão.
Além do bloqueio das contas bancárias, ele determinou que os representantes dos afetados sejam ouvidos pela Polícia Federal em até 10 dias. Entre os afetados, estão companhias agrícolas, de materiais de construção e transportadoras.
Veja a lista de pessoas físicas e jurídicas suspeitas de financiar atos:
· Agritex Comercial Agricola Ltda
· Agrosyn Comercio E Rep. De Insumos
· Agric Airton Willers
· Alexandro Lermen Argino Bedin
· Arraia Transportes Ltda Assis
· Claudio Tirloni Banco Rodobens S.A
· Berrante De Ouro Transportes Ltda
· Cairo Garcia Pereira Carrocerias
· Nova Prata Ltda
· Castro Mendes Fabrica De Pecas Agricolas
· Ceramica Nova Bela Vista Ltda
· Comando Diesel Transp E Logistica Ltda
· Dalila Lermen Eireli
· Diomar Pedrassani
· Drelafe Transportes De Carga Ltda
· Edilson Antonio Piaia
· Fermap Transportes Ltda
· Fuhr Transportes Eireli
· Gape Servicos De Transportes Ltda
· J R Novello
· Kadre Artefatos De Concreto E Construcao
· Knc Materiais De Construcao Ltda
· Leonardo Antonio Navarini & Cia Ltda;
· Llg Transportadora Ltda
· M R Rodo Iguacu Transportes Eireli
· Muriana Transportes Ltda
· Mz Transportes De Cargas Ltda
· P A Rezende E Cia Ltda
· Potrich Transportes – Ltda
· Rafael Bedin
· Roberta Bedin
· Sergio Bedin
· Sinar Costa Beber
· Sipal Industria E Comercio Ltda
· Tirloni E Tirloni Ltda-Me
· Transportadora Adrij Ltda Me
· Transportadora Chico Ltda
· Transportadora Lermen Ltda – Epp
· Transportadora Rovaris Ltda
· Trr Rio Bonito
· T. R. R. Petr. Ltda
· Vape Transportes Ltda.
O do Berrante de Ouro, que se identificou apenas como Cristiano, afirmou que os advogados da empresa já estão recorrendo da decisão de Moraes e que demais manifestações serão feitas nos autos do processo. “Nossas manifestações são legais e não estamos impedindo o direito de ir e vir de ninguém”, disse.
Josênia de Rossi, a da Kadre Artefatos De Concreto E Construção, se disse revoltada e disse que a empresa pretende recorrer da decisão.
Vale também ressaltar, caminhoneiros de todo Brasil estão se mobilizando através de rede social ameaçando uma nova paralização, desta vez por tempo indeterminado, em protesto ao ato do ministro, o que pode resultar em falta de alimentos nas prateleiras dos supermercados e outros produtos de necessidade diária da população. A mobilização dos caminhoneiros começa a reperecutir em outros segmentos da área produtiva brasileira que estão prometendo aderir ao movimento.