sábado, maio 24, 2025
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Além Paraíba vive o obscurantismo apelidado de Miguelzinho

EDITORIAL

Por Flávio Senra (*)

Desde que foi alçado a ser dono de seu próprio nariz transformando-se em município, Além Paraíba sempre foi comandada por Homens com “H” maiúsculo que sempre tiveram por meta cuidar dos interesses do povo e não de seus próprios egos. Assim foi desde Joaquim Luiz de Souza Breves, que governou o município de 1882 até 1892, até Fernando Lúcio Ferreira Donzeles, que comandou os interesses do povo alemparaibanos de 2013 a 2016. Foram 39 prefeitos, alguns com mandatos dignos de serem sempre levados como exemplos, como o do saudoso Elias Fadel Sahione, outros de menor destaque, e um que agora entra para a nossa história para ser sempre lembrado como nefasto, intolerante, absolutista, egocêntrico, ditatorial e outros adjetivos que mostram o quanto o povo se arrepende que lhe ter confiado o voto.

Estamos falando do atual governante, Miguel Belmiro de Souza Júnior, tratado pela população como Miguelzinho, que joga na lama o nome de seu pai, o médico Miguel Belmiro de Souza, prefeito entre os anos de 1997 e 2000, várias vezes provedor do nosso Hospital São Salvador, que certamente deve estar dando voltas em sua última morada devido os atos covardes que seu filho vem promovendo contra a vontade do povo desde que foi empossado.

Cercado de um grupo de bajuladores que apóiam várias de suas lambanças istrativas, algumas que foram até alvo de uma I promovida na Câmara Municipal no ano, parece de 2017, até hoje engavetada junto ao Ministério Público não se sabe por qual motivo, Miguelzinho é nos dias de hoje a figura mais comentada nas ruas alemparaibanas. Comentada não por algo que trouxe benefício para a população, mas por um ato de grande covardia promovida contra uma instituição – Hospital São Salvador – que nos dois últimos anos foi responsável por estar a frente da segunda maior crise de saúde vivenciada no município, aliás, em todo o mundo – a Covid-19. A primeira, vale a pena relembrar, foi vivida no final do século XIX – varíola, febre amarela e tifo, combatida pelo médico Dr. Paulo Joaquim da Fonseca, que acabou idealizando e construído o Hospital São Salvador e ainda foi escolhido para ser o terceiro prefeito do município (1895 a 1898).

Miguelzinho, no afã de se perpetuar no comando maior de Além Paraíba, não tem medido forças para conquistar e aumentar o seu poder em terras alemparaibanas. Ainda recentemente, teria até afirmado justamente à uma pessoa de grande proximidade ao seu dia-a-dia, nada mais que sua irmã, a enfermeira Bethânia Reis de Souza, que com seu irmão, o médico Dr. Alexandre Reis de Souza, no comando da provedoria do Hospital São Salvador, ela à frente da Secretaria Municipal de Saúde e ele como prefeito, eles seriam imbatíveis e se perpetuariam por décadas à frente do comando do município. Bethânia, uma mulher independente e de caráter forte e ilibado, não teria concordado com tal absurdo, retrucando que não apoiaria tal atitude déspota e que, devido ao excelente trabalho que vinha sendo desenvolvido pelo então provedor do Hospital São Salvador, Dr. Rafael Gracioli, em especial nesse período da pandemia de Covid-19, não aceitou tal proposta, tendo sido exonerada de seu cargo de Secretária Municipal da Saúde de Além Paraíba. Vale ressaltar, a exoneração ocorreu de forma estranha e porque não dizer covarde, isto porque aconteceu num final de semana, com Bethânia sendo informada através de rede social na madrugada de uma segunda-feira. Vale ressaltar, enquanto provedor do HSS, Dr. Rafel Gracili transformou literalmente o Hospital São Salvador, hoje com um exemplo para ser copiado por outras instituições do gênero em toda região.

Semana ada, o Hospital São Salvador recebeu a visita do Ministério Público de Minas Gerais devido uma denúncia esdrúxula promovida nos primeiros meses da pandemia do coronavírus, por volta de abril/maio de 2020. Atendendo os visitantes, Dr. Rafael Gracioli entregou duas agendas e a planilha de plantão médico da UTI da instituição que fora solicitada e, como provedor da instituição, assinou um termo de adequação a padrões que foi apresentado pelos representantes do MP.

Tudo parecia que voltara a normalidade até que, ao início da noite, o Hospital São Salvador foi invadido por ordem o prefeito Miguelzinho que, através de um decreto municipal que apresentava o aval do Juízo de plantão (o Judiciário está de recesso), promovia a intervenção da instituição alemparaibana por um período de 180 dias, bem como destituía do cargo de provedor o médico Dr. Rafael Gracioli e sua equipe, no caso a própria irmã de Miguelzinho, e enfermeira Bethânia Reis de Souza, então atuando como diretora-istrativa. Em seu decreto, Miguelzinho nomeava seu chefe de gabinete como interventor.

A repercussão pelas ruas da cidade foi imediata, como a maioria da população tecendo críticas ao absurdo ora cometido e em apoio ao médico que sempre esteve à frente da equipe de combate à pandemia de Covid-19. Vale ressaltar, o Hospital São Salvador não pertence à municipalidade alemparaibana, pois se trata de uma instituição privada, de caráter jurídico, sem fins lucrativos e com um Conselho formado por pessoas idôneas do município com poderes para eleger e destituir o provedor.

Miguelzinho, como se fosse Hugo Chavez e Nicolas Maduro (Venezuela), Fidel Castro (Cuba) ou Kim Jong-um (Coréia do Norte), não respeitou a instituição e a tomou de mão grande e pela força como se ela fosse de sua propriedade, desrespeitando assim todas as leis e, porque não dizer, o povo alemparaibano que é o legítimo dono do Hospital São Salvador. Miguelzinho mostra o ser caráter, tomado pela prepotência, egocentrismo, ditatorial, autoritário e outros adjetivos que não valem a pena aqui citar, todos voltados a se perpetuar no poder em terras alemparaibanas.

Agora resta esperar, e acredita-se que algo está sendo feito pelos advogados que defendem o bem e não o mal, já acionados e preparando documentação a ser apresentada ainda hoje ao juízo de plantão e, caso necessário, até a instância superior. Que Deus os ilumine e nos livre do obscurantismo que ora Além Paraíba vive e se chama Miguelzinho…

(*) Flávio Senra é diretor-editor do Jornal Além Parahyba desde junho de 1993.

Fonte: Jornal Além Parahyba, edição 1153